No original “Hamlet” de William Shakespeare, Ofélia é uma garota que perde a sanidade ao ser rejeitada pelo homem que ama, e acaba por se matar. O espetáculo “Ofélia” propõe uma visão contemporânea e urbana desta personagem. Trazendo para os dias atuais, apresenta uma garota, de classe média-alta, que conhece “reis” e “príncipes”, vive em festas e faz qualquer coisa para conseguir o que deseja. A questão central deste espetáculo é: essa personagem contemporânea ficaria louca e afogaria-se, apenas por ter sido abandonada?
O objetivo dessa versão é mostrar uma versão
femme do homem-mais-que-moderno; apresentar os pedaços de Ofélia, ou seja, o amor, o cotidiano, a loucura, os sonhos, os medos e expectativas, revelar o que faz dela, ela mesma. A platéia se torna uma testemunha muda de uma Ofélia que morre em cena e ressuscita em nós. A Ofélia do espetáculo é uma espécie de espelho, que reflete o individuo que a vê, não importa sua época e lugar. Traz para o contemporâneo a sua particularidade, nos leva a pensar no que nos tornamos. O espetáculo trabalha com elementos simbólicos, como o fogo, que mistura dor e prazer, medo e fascínio. Trata-se de um resgate ao instinto primitivo, à atração pelo místico, os desejos reprimidos, a chama interna de cada um. O elemento fogo ao longo do espetáculo varia de intensidade; ilumina, afaga, queima. O elemento final é a água, que representa o ciclo, o término, a essência, morte e renovação.
Ficha Técnica
Texto e Direção
Ronaldo Ventura
Elenco
Ana Cecilia Reis
Figurino e Maquiagem
Patrícia Almeida
Operadora Técnica
Huelita Rabelo
Assistente de Palco
Erica Rabelo
Designer Gráfico
Rodrigo Domit
